O Conselho Deliberativo do Avaí Futebol Clube promoveu, na noite da última terça-feira (13), o I Seminário do Comitê da SAF, abrindo uma nova fase de debates sobre o futuro institucional e financeiro do clube. Com a presença de cerca de 100 sócios, o encontro marcou o início de uma série de eventos que devem servir como base para avaliar a possível transformação do Avaí em SAF (Sociedade Anônima do Futebol). O tema central desta primeira edição foi a atual situação econômica do clube, com destaque para o processo de Recuperação Judicial (RJ) e os esforços para garantir estabilidade financeira.
Durante o evento, o advogado Marcos Andrey de Sousa e o consultor financeiro Andrei Cota detalharam as ações adotadas nos últimos anos para evitar a insolvência do clube. A situação anterior à RJ era crítica, com pesadas dívidas trabalhistas e fiscais que comprometeram parte significativa da receita do Avaí, chegando a incluir o estádio da Ressacada entre os bens ameaçados por penhoras.
A aprovação do plano de RJ, somada à negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, permitiu uma redução da dívida total de R$ 197 milhões para R$ 86 milhões, além de alongar o prazo de pagamento e suspender novas penhoras.
O presidente do Conselho Deliberativo, Bernardo Pessi, avaliou o seminário como um momento fundamental de escuta e construção coletiva. Em sua fala no programa Debate da Pan, Pessi revelou que o clube já mantém conversas com potenciais investidores, o que pode acelerar o processo de criação da SAF. No entanto, ressaltou que o foco agora é estudar o modelo, analisar o mercado e promover o máximo de diálogo possível com os sócios, conselheiros e torcedores, garantindo que qualquer decisão futura seja baseada em transparência e responsabilidade.
Além das exposições técnicas, o seminário também abriu espaço para manifestações dos sócios. Pessi destacou que a forte adesão da torcida ao evento mostra que a comunidade avaiana está engajada em ajudar a definir os rumos do clube. O próximo passo será a realização de novos encontros, abordando outras dimensões relevantes do processo de eventual transição para SAF, como governança, ativos do clube e critérios para negociação com investidores.
