Em 30 de novembro de 2024, a Escola Joaquim Antônio de Medeiros, única instituição de formação de oleiros da América Latina, celebrou 32 anos de história. Fundada em 1992, a escola, localizada no bairro Ponta de Baixo, em São José, já formou mais de cinco mil alunos que, com a aprendizagem do ofício, resgataram e fortaleceram a tradição da louça de barro na região.
A coordenadora da Escola de Oleiros, Maria Terezinha Bez Vitório, mais conhecida como Tereza Bez, neta do mestre que difundiu o ofício em Santa Catarina, conta que São José mantém a tradição da louça de barro desde 1750, quando foi povoada por açorianos. Por um século muitas famílias viveram do sustento da produção de louças de barro (a região da Ponta de Baixo foi a que mais concentrou olarias na época).
Apesar do declínio da produção de louças de barro, um dos principais responsáveis por manter viva a tradição foi justamente Joaquim Antônio de Medeiros, que fundou a olaria em 1918. Nos anos 50, São José ainda abrigava cerca de 20 olarias, mas atualmente restam apenas quatro.
A Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros, que antes integrava essa lista de olarias, se transformou em um centro de formação para novos profissionais do ramo. Hoje, a instituição oferece cursos gratuitos de diversas modalidades e atrai alunos de todas as idades, com faixas etárias variando de nove a 80 anos. Em média, 190 alunos participam das aulas que acontecem de segunda a quinta-feira.
Segundo Tereza Bez, a arte do oleiro passa pela sensibilidade, delicadeza e criatividade, qualidades fundamentais ensinadas no local. Na escola, o intuito é a formação de novos oleiros para que eles abram novas olarias e resgatem essa São José que já foi chamada de Capital da Louça de Barro.
A Escola oferece três modalidades de cursos gratuitos: o curso tradicional da roda de oleiros, modelagem figurativa e modelagem diversas. As aulas são oferecidas em turnos variados, de manhã, à tarde e à noite. As inscrições para as turmas de 2025 já foram encerradas e as aulas iniciam em 12 de março.
Com o objetivo de resgatar a memória e a cultura de São José, que já foi chamada de “Capital da Louça de Barro”, a escola continua a desempenhar um papel fundamental na preservação e renovação dessa tradição secular.
Além de formar novos oleiros, a instituição visa também fomentar o surgimento de novas olarias e, assim, perpetuar o ofício que durante décadas sustentou muitas famílias da região.
