As tarifas do transporte público em Florianópolis cresceram 193% em dez anos. Entre dezembro de 2014 e 2024, o preço da passagem no cartão saltou de R$ 2,58 para R$ 4,98, valor 9,45% acima do reajuste previsto pela inflação, que apontava R$ 4,55 para 2024.
Procurado, o Consórcio Fênix informou que a responsabilidade dos reajustes é da prefeitura. A administração municipal confirmou as alterações de valor na tarifa nos últimos dez anos. Questionada nesta terça-feira (8) se comentaria os dados, a prefeitura ainda não se manifestou.
No pagamento em dinheiro, a alta foi ainda mais expressiva: de R$ 2,75 para R$ 6,00, um acréscimo de 218,18% em relação ao índice de preços no período. Para 2025, a Prefeitura de Florianópolis aprovou novo reajuste, elevando a tarifa em dinheiro para R$ 6,90 e no cartão para R$ 5,75.
Trabalhador gasta quase 20% do salário mínimo em transporte público
Quem usa o transporte público para trabalhar consome cerca de 17% do salário mínimo regional em passagens. Considerando duas viagens diárias, de segunda a sexta-feira, durante 22 dias, o gasto mensal chega a R$ 253,00 — equivalente a 15,69% do mínimo. No caso do vale-transporte, com tarifa de R$ 6,75 por viagem, o custo sobe a R$ 297,00, ou 18,42% do salário mínimo regional.
Custo de vida em Florianópolis: gasolina aumentou mais de 200%
Conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a gasolina comum teve alta de 212,50% em Florianópolis nos últimos dez anos. Em 2014, o preço médio do combustível na capital catarinense era de R$ 3,04; em 2024, chegou a R$ 6,46.
Se o valor tivesse como base apenas a variação do índice da inflação medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o preço do combustível em Florianópolis deveria fechar 2024 a R$ 6,56/litro. A variação real do preço, portanto, ainda está abaixo do previsto na inflação. Os dados são referentes às últimas semanas do mês de dezembro de 2014 e 2024.
O óleo diesel, por sua vez, apresentou alta de 241,44% no período. A cobrança de R$ 2,63 passou para R$ 6,35. A cobrança prevista pela inflação é de R$ 5,68.
Com informações de ND+.
