Policiais não serão responsabilizados criminalmente por morte de dentista em cela

Policiais não serão responsabilizados criminalmente por morte de dentista em cela
Foto: Reprodução

O delegado Akira Sato afirmou nesta sexta-feira (1) que os policiais envolvidos na prisão do dentista Cezar Maurício Ferreira, morto em uma cela da Polícia Civil em São José, não serão responsabilizados criminalmente e não cometeram negligência. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa das Forças de Segurança de Santa Catarina, que apresentou os resultados da investigação sobre o caso.

Clique aqui e receba as notícias do Tudo Aqui SC e da Jovem Pan News no seu WhatsApp

O dentista foi detido em 25 de julho, após sofrer um acidente de trânsito. Segundo a Polícia Militar, ele apresentava sinais de embriaguez e não conseguiu realizar o teste do bafômetro. Já a defesa da família contesta essa versão e afirma que Cezar sofria um ataque cardíaco no momento da abordagem, interpretado de forma equivocada pelos agentes.

Encaminhado à delegacia às 20h49, Cezar foi encontrado morto na cela às 7h40 da manhã seguinte. O laudo pericial não encontrou álcool no sangue e apontou arritmia cardíaca como causa da morte. A família alega que ele não recebeu atendimento médico nem teve seus familiares informados sobre a prisão.

Apenas um médico seria capaz de identificar os sintomas, afirma delegado

De acordo com Sato, o dentista não relatou dor ou pediu ajuda, apresentando apenas confusão e desorientação, o que, segundo o delegado, não justificaria um encaminhamento imediato a uma unidade de saúde. “Ele só estava confuso, não estava respondendo corretamente e não apresentou queixas de dor, não pediu nada, nenhum auxílio”, afirmou.

Para o delegado, apenas um médico seria capaz de identificar que os sintomas apresentados indicavam um problema cardíaco. “Não havia a menor possibilidade de um policial, cidadão ou de qualquer outro profissional que não fosse da área médica, com esses sintomas de forma isolada, atestar um problema cardíaco”, completou.

Sobre o “odor etílico” relatado pelos policiais, Sato afirmou que a percepção é subjetiva e pode ter sido influenciada por medicamentos utilizados por Cezar.

“No meu entendimento, é uma percepção individual e subjetiva de cada ser humano. Além disso, foi somente um dos sinais que indicam embriaguez: andar cambaleante, dificuldade motora, alteração da capacidade psicomotora, fala arrastada, ausência de memória, desorientação, dispersão e olhos vermelhos”, justificou.




  • 0%