
Cinco integrantes de uma organização criminosa que espionava e planejava o assassinato de autoridades, incluindo ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), foram presos nesta quarta-feira (28) pela Polícia Federal. A operação, que também resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão, revelou que o grupo — formado majoritariamente por militares da ativa e da reserva — se autodenominava Comando C4, sigla para “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos”.
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Segundo a PF, os criminosos mantinham uma tabela de preços para execuções, que variava de R$ 50 mil para “figuras comuns” até R$ 250 mil para autoridades de alto escalão, como ministros do Supremo Tribunal Federal.
A investigação teve início com o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em 2023, em Cuiabá (MT). Durante a apuração, foram encontrados no celular da vítima indícios de negociações envolvendo a venda de sentenças judiciais no Mato Grosso e no STJ (Superior Tribunal de Justiça), além de registros que apontaram para a existência da milícia armada.

Presos e investigados
Entre os presos preventivamente estão:
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Aníbal Manoel Laurindo (apontado como mandante do assassinato do advogado);
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Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas (líder do grupo);
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Antônio Gomes da Silva (executor do crime);
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Hedilerson Fialho Martins Barbosa;
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Gilberto Louzada da Silva.
Outros quatro investigados foram submetidos a monitoramento por tornozeleira eletrônica:
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Salezia Maria Pereira de Oliveira;
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Davidson Esteves Nunes;
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José Geraldo Pinto Filho;
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Peterson Venites Komel Júnior.
A Justiça também determinou medidas cautelares como recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato entre os investigados, vedação de saída do país e recolhimento de passaportes.
Assassinato motivado por disputa de terras
A morte de Zampieri, que levou à descoberta do grupo extremista, ocorreu durante uma disputa judicial por terras no município de Paranatinga (MT). O advogado representava a parte contrária ao fazendeiro Aníbal Laurindo, que é suspeito de ordenar a execução ao perceber que perderia a posse da área, ocupada por sua família há mais de 20 anos.
Outros três homens também foram indiciados pelo homicídio: o executor, o intermediário e o financiador do crime.
A Polícia Federal segue investigando a atuação do Comando C4, incluindo a origem dos recursos financeiros e possíveis conexões com outras redes criminosas.