Golpe milionário que enganou empresários teve origem em Florianópolis, aponta Polícia Civil

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Foto: PCSC/Reprodução

A Polícia Civil de Santa Catarina revelou que o esquema de estelionato conhecido como “golpe do BNDES”, que causou prejuízos de mais de R$ 6 milhões a empresários, teve início em Florianópolis. A investigação aponta que a primeira empresa usada na fraude foi aberta em 2021 na capital catarinense, e o principal suspeito residia à época em um apartamento de luxo na Avenida Beira-Mar Norte.

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A ação policial, batizada de Operação Fraude Nacional, foi deflagrada nesta quinta-feira (24) e cumpriu 21 mandados de busca e apreensão em nove cidades de Santa Catarina, além de São Paulo (SP) e Curitiba (PR). Não houve prisões nesta fase.

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Foto: PCSC/Reprodução

As cidades catarinenses alvo da operação foram: Florianópolis, Biguaçu, Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, Blumenau, Joinville, Criciúma e Pinhalzinho. Foram apreendidos documentos e equipamentos eletrônicos que devem auxiliar nas próximas etapas da investigação.

Como funcionava o golpe

De acordo com a Delegacia de Defraudações da Polícia Civil, o suspeito se apresentava como consultor e oferecia a empresários um falso plano de reestruturação financeira. Prometia liberar recursos do BNDES, mediante o pagamento antecipado de taxas, comissões e supostos custos operacionais.

Os valores recebidos eram rapidamente distribuídos entre contas bancárias em nome do principal investigado, além de contas vinculadas à esposa, mãe e filho. Segundo a polícia, 15 empresas de pequeno e médio porte foram vítimas do esquema apenas em Santa Catarina.

Ainda segundo os investigadores, o grupo responderá pelos crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Empresa-sede do golpe foi criada na Capital

A empresa NSE Consultoria, primeira usada no esquema, foi aberta em Florianópolis em 2021. O investigado, natural de Blumenau, morou durante a pandemia em um imóvel de alto padrão na Agronômica, área nobre da cidade. Ele chegou a abrir outras empresas no litoral catarinense e, mais recentemente, a empresa Real Bank, com sede em um coworking em São Paulo.

“Ele não tem patrimônio em seu nome, mas ostentava uma vida de luxo com aluguel de veículos de alto valor e residência em casa de padrão elevado, também alugada”, disse o delegado Leonardo Silva.

Esposa estava em casa; suspeito viajou para o Nordeste

Durante o cumprimento dos mandados, os policiais encontraram apenas a esposa do investigado na residência em Blumenau. Ela afirmou que ele teria viajado para Recife (PE) na terça-feira (22) e, posteriormente, para São Paulo.

BNDES reforça que não opera com agenciadores

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) esclareceu que não possui vínculo com os envolvidos e que não atua por meio de agenciadores, operando exclusivamente por meio de uma rede de mais de 60 instituições financeiras credenciadas.

Em nota, o banco informou que apoia a operação da Polícia Civil de Santa Catarina e se coloca à disposição das autoridades.

“Apesar dos crimes contra o sistema financeiro somarem R$ 10,1 bilhões em 2024, até hoje, nenhuma tentativa de fraude contra o BNDES foi bem-sucedida”, afirma a instituição.

O BNDES também destacou que participa de um grupo de trabalho com a FEBRABAN e a Polícia Federal para desenvolver estratégias de enfrentamento a fraudes e crimes financeiros.




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