Cooperativismo se consolida como uma das formas mais resilientes de organização econômica e social

Cooperativismo se consolida como uma das formas mais resilientes de organização econômica e social
Associada Lu Saraiva | Foto: Wally Moraes

No Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado neste sábado (5), histórias que refletem os valores da cooperação, da solidariedade e da construção coletiva devem ser celebradas. É o caso de Lu Saraiva, associada da Sicredi Aliança RS/SC/ES, em Santa Catarina, que transformou um sonho em um negócio em expansão, com sabor, coragem e parceria cooperativa.

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Depois de 20 anos trabalhando com música e morando em São Paulo, Lu sentiu que era hora de retornar às suas raízes em Santo Amaro da Imperatriz, na região da Grande Florianópolis. A ideia de viver da música em uma cidade pequena parecia inviável, mas o desejo de estar perto da família reacendeu um antigo plano com o pai: vender churrasco no pão. Foi assim que nasceu o trailer “Véio Gaúcho Churrasco no Pão”, em sociedade com Ariane, sua parceira de jornada.

O recomeço não foi fácil. Sem capital inicial e sem garantias de sucesso, o medo dividia espaço com a vontade de fazer acontecer. Foi nesse momento que o Sicredi entrou em cena. Por meio do pai, que já era associado, Lu abriu sua conta na cooperativa e encontrou muito mais do que serviços financeiros: encontrou respeito, escuta e confiança.

“Quando cheguei lá, me senti uma empresária de verdade. Acreditaram em mim, no meu sonho, mesmo sendo ainda tão pequeno. E me deram um voto de confiança que fez toda a diferença”, lembra Lu.

A partir desse apoio, o negócio cresceu. O trailer deu lugar a outro, maior. E, mais adiante, à primeira unidade física: nasceu a “B DI BAH BURGER”, atual matriz da marca. A expansão continuou com a abertura da segunda unidade e, agora, com o projeto de transformar a hamburgueria em uma franqueadora, mais uma vez, com o apoio do Sicredi.

“O Sicredi contribuiu em cada etapa. Na transformação em franquia, o desafio financeiro surgiu de novo. Recorrer à cooperativa foi natural. Levei minhas ideias, fui ouvida, e mais uma vez confiaram em mim. E o projeto saiu do papel”, declara.

Hoje, Lu é promotora do cooperativismo por experiência e gratidão. Seu negócio cresce, sua marca inspira e sua história prova que, com parceria e cooperação, é possível sonhar grande, mesmo começando pequeno.

“Minha maior motivação é saber que nosso produto é bom, replicável, e pode ser também o sonho de outras pessoas. Ver a ideia se expandindo é uma realização. E saber que tenho com quem contar me dá ainda mais força. O Sicredi deu asas ao nosso sonho. Juntos, podemos ir muito longe. Realmente, é sobre ter com quem contar, sonhar e realizar”, finaliza.

União e propósito

Para o presidente da Sicredi Aliança RS/SC/ES, Ivo Miri Brugnera, o Dia Internacional do Cooperativismo é a oportunidade para celebrar as conquistas do modelo cooperativista, que representa a forma mais poderosa de organização social e econômica. A essência do cooperativismo está na união de pessoas com um propósito comum. “A cooperativa nasce de um espírito genuíno de colaboração, com o objetivo de construir, juntos, um mundo melhor, mais justo e mais próspero”, completa o presidente.

Nos últimos anos, a cooperativa tem reforçado esse compromisso com a comunidade por meio de diversas iniciativas, entre elas: programas de educação financeira para jovens e para a população em geral; o Programa A União Faz a Vida, que promove nas escolas o empreendedorismo e a vivência da cooperação; apoio a entidades sem fins lucrativos por meio do Fundo Social, que também estimula o engajamento de associados e jovens em práticas cooperativistas.

Modelo que gera valor

A cooperativa se diferencia dos modelos econômicos tradicionais porque nela o cliente é, ao mesmo tempo, dono do negócio. Isso garante mais transparência, participação e retorno dos resultados. “As decisões seguem o princípio de ‘uma pessoa, um voto’, independentemente do capital investido, porque somos uma associação de pessoas, não de capital”, explica Brugnera.

Os resultados financeiros ao fim de cada exercício também retornam proporcionalmente, conforme o volume de negócios de cada associado. “É um modelo que valoriza o coletivo e impulsiona o desenvolvimento local”, completa.

Impactos do cooperativismo de crédito no Brasil

Um estudo, realizado recentemente pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), apontou os impactos econômicos e sociais das cooperativas de crédito no Brasil. O levantamento aponta que a presença de cooperativas de crédito nos municípios brasileiros está associada aos diversos benefícios locais.

O estudo avaliou os impactos econômicos do crédito cooperativo. Os resultados mostraram que para cada R$ 1,00 concedido em crédito, são movimentados R$ 2,56 na economia brasileira, com um acréscimo de R$ 1,17 em valor adicionado, R$ 0,11 em impostos arrecadados, e R$ 0,50 em salários pagos.

Benefícios locais das cooperativas de crédito

  • Aumento do PIB per capita: incremento de R$ 3.852 por habitante;
  • Geração de empregos: aumento de 25,3 empregos formais por mil habitantes;
  • Aumento da massa salarial: incremento de R$ 115,4 na massa salarial por habitante;
  • Estímulo ao empreendedorismo: aumento de 3,2 estabelecimentos por mil habitantes.

Impactos no setor agropecuário

  • Aumento da área plantada: incremento de 1,92 p.p. na cobertura da área municipal com plantações;
  • Aumento do valor da produção agrícola: incremento de R$ 466,3 por hectare;
  • Aumento da produtividade agrícola: incremento de R$ 1.371 por hectare de área plantada.

Impactos sociais e educacionais

Redução da pobreza: redução de 20,5 famílias por mil habitantes no Cadastro Único e 12,3 famílias pobres por mil habitantes.
Aumento das matrículas no Ensino Superior: incremento de 3,2 matrículas por mil habitantes.




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