
Quando pensamos em filmes clássicos, geralmente lembramos das cenas inesquecíveis, dos personagens marcantes e das trilhas sonoras envolventes. Mas o que acontece por trás das câmeras pode ser tão fascinante quanto a história contada na tela. De decisões improvisadas a acidentes de gravação que acabaram virando parte do filme, os bastidores do cinema estão cheios de histórias surpreendentes — e, muitas vezes, inacreditáveis.
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A seguir, reunimos algumas das curiosidades mais impressionantes sobre os bastidores de filmes que marcaram época:
1. O grito acidental que virou símbolo em “Psicose”

A icônica cena do chuveiro em Psicose (1960), de Alfred Hitchcock, ficou conhecida como uma das mais assustadoras do cinema. Mas o grito de Marion (Janet Leigh) quase foi abafado por um erro técnico: o som do sangue cenográfico (na verdade, calda de chocolate) escorrendo no ralo estava muito alto na mixagem. Hitchcock, irritado, exigiu que o som fosse removido, o que acabou destacando ainda mais o grito da atriz, acidentalmente eternizando o momento.
2. A tosse que definiu uma cena em “O Poderoso Chefão”

Na primeira aparição de Don Vito Corleone (Marlon Brando), ele aparece acariciando um gato. O animal não fazia parte do roteiro. Ele foi encontrado por acaso nos estúdios da Paramount e Brando decidiu incluí-lo na cena. A presença do gato gerou um desafio para a equipe de som, já que os ronronados abafavam parte dos diálogos. Mesmo assim, a cena virou um clássico, e o gesto calmo de Corleone com o animal contrasta com a violência de suas ações.
3. Harrison Ford estava doente, e isso melhorou a cena

Em Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981), há uma cena em que um espadachim desafia Indiana em meio a uma multidão. O roteiro previa uma longa luta coreografada, mas Harrison Ford estava com intoxicação alimentar no dia da gravação. Com febre e sem energia, ele sugeriu que o personagem simplesmente sacasse a arma e atirasse. A cena improvisada foi mantida, e virou uma das mais memoráveis da franquia.
4. Jack Nicholson aterrorizou o set em “O Iluminado”

Durante as gravações de O Iluminado (1980), Jack Nicholson mergulhou tanto no personagem que passou a viver como se estivesse isolado no Overlook Hotel. Para intensificar a tensão, o diretor Stanley Kubrick refazia as mesmas cenas dezenas de vezes, incluindo a icônica sequência da porta com o grito “Here’s Johnny!”, que levou três dias e mais de 60 portas quebradas. Shelley Duvall, que interpretava Wendy, ficou emocionalmente esgotada, resultado que Kubrick considerava necessário para o realismo do filme.
5. Tom Hanks improvisou uma fala histórica

Em Forrest Gump (1994), o personagem principal apresenta uma das frases mais famosas do cinema: “My mom always said, life was like a box of chocolates. You never know what you’re gonna get.” (“Minha mãe sempre dizia: a vida é como uma caixa de chocolates. Você nunca sabe o que vai encontrar”) A frase não estava no roteiro da forma como foi dita. Tom Hanks improvisou o tom e a cadência de voz que acabou sendo mantida, e, anos depois, eternizada pelo Oscar que ele levou para casa.
Essas e outras histórias mostram que o acaso, a criatividade espontânea e até mesmo os perrengues nos bastidores podem transformar filmes em verdadeiras obras-primas. Para além do roteiro e da direção, o cinema também é feito desses momentos imprevisíveis, que, muitas vezes, são os mais memoráveis.
Se o filme termina nos créditos, a magia começa bem antes, nos bastidores.