
Foi uma noite para esquecer ou para guardar como alerta. O Avaí sofreu uma derrota humilhante por 4 a 0 diante do Athletic Club, em São João del Rei, e deixou o G-4 da Série B com a cabeça baixa. A atuação foi apática, sem organização, intensidade ou qualquer traço de competitividade. O vexame teve requintes de repetição: a última vez que o Leão da Ilha levou quatro gols havia sido no fim de 2023 contra o Sampaio Corrêa, também longe de casa. Agora, o alerta está aceso.
A equipe até começou com alguma vontade, mas bastaram seis minutos para tudo desmoronar. A defesa do Avaí mostrou fragilidade inaceitável, especialmente nas laterais, e o goleiro Igor Bohn voltou a demonstrar insegurança. O meio de campo foi dominado, e a ausência do volante Barreto expôs ainda mais um setor que já vem sofrendo. No ataque, o time praticamente não existiu. O técnico Jair Ventura tentou mudar na base do desespero no intervalo, mas viu o lateral Raylan ser expulso de forma infantil e comprometer qualquer reação.
A derrota escancarou os inúmeros problemas do elenco azurra. Jogadores apáticos, erros técnicos em sequência e falhas defensivas gritantes. Os quatro gols sofridos não foram acaso: foram consequência direta de um time desorganizado e emocionalmente abalado. Mais uma vez, o Avaí foi presa fácil de um adversário que soube explorar cada brecha. E tudo isso, diante de um clube que está apenas em sua primeira temporada na Série B.

A explicação do técnico Jair Ventura após a partida foi tão vazia quanto a atuação do time. Lacônico, ele refletiu o clima pesado no vestiário. Fora de campo, os torcedores cobraram nas redes e lembraram dos salários atrasados. Mas o torcedor tem razão ao exigir mais: salário em dia ou não, não justifica uma apresentação tão vergonhosa como essa. Faltou competitividade, faltou entrega, faltou Avaí.
No sábado, a Ressacada receberá o Vila Nova em um jogo de reconstrução. O Leão precisa reagir não apenas na tabela, mas dentro de campo. Passou da hora de parar de falar em acesso e começar a jogar futebol de quem merece subir. Porque do jeito que está, o Avaí corre o risco de perder mais do que uma vaga no G-4: corre o risco de perder o respeito.