
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), solicitou a extradição de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do TSE acusado de vazar mensagens sigilosas em um episódio que ficou conhecido como “Vaza Toga”. A medida foi enviada ao Ministério da Justiça no último dia 14 e, posteriormente, ao Itamaraty.
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Tagliaferro deixou o Brasil em 30 de julho e se mudou para a Itália, de onde ameaça fazer novas revelações sobre Moraes e o funcionamento interno do STF e TSE.
Denúncia da PGR
Na última sexta-feira (22), a PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou o ex-assessor pelos crimes de:
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Violação de sigilo funcional
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Coação no curso do processo
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Obstrução de investigação envolvendo organização criminosa
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Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, o vazamento teve “propósito de colocar em dúvida a legitimidade e a lisura de investigações do STF, como estratégia para incitar atos antidemocráticos e desestabilizar as instituições”.
Quem é Eduardo Tagliaferro?
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Formação: engenheiro civil e advogado, com mestrado em Inteligência Artificial pela UFV.
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Cargo: foi nomeado por Moraes em 2022 para chefiar a AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) no TSE.
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Acusações anteriores: deixou o cargo em 2023 após ser preso por violência doméstica.
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Ligação com a “Vaza Toga”: é acusado de vazar mensagens internas que, segundo reportagens da Folha de S. Paulo e de Michael Shellenberger, revelariam uso político do TSE como “braço investigativo” do STF.
As revelações

As mensagens atribuídas a Tagliaferro mostram supostas trocas com Airton Vieira, juiz instrutor de Moraes, e Cristina Kusahara, chefe de gabinete no STF. O material indicaria a existência de uma “força-tarefa secreta e ilegal” no TSE para monitorar redes sociais de investigados pelos atos de 8 de janeiro.
Defesa
A defesa de Tagliaferro disse não se surpreender com a denúncia da PGR e chamou o processo de “perseguição”:
“Fica clara a perseguição direcionada a quem foi vítima de um telefone indevidamente apreendido e apenas confirmou o teor das informações.”
O ex-assessor afirma “temer por sua vida” e promete divulgar mais informações que, segundo ele, seriam capazes de “moralizar o país”.