Entidade que gerencia saúde em São José é investigada por corrupção bilionária

Entidade que gerencia saúde em São José é investigada por corrupção bilionária
Foto: Reprodução

Após dois dias de paralisação por conta do atraso nos salários, os profissionais da saúde de São José, na Grande Florianópolis, retomaram as atividades nesta semana. Cerca de 104 trabalhadores foram afetados pelo problema, que gerou instabilidade no atendimento nas unidades básicas de saúde e na Policlínica de Barreiros.

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A gestão das unidades de saúde do município está sob responsabilidade da Associação Mahatma Gandhi, uma OS (Organização Social) que também mantém contratos em Palhoça e outras cidades de Santa Catarina.

A entidade, no entanto, está no centro de uma investigação da Polícia Civil de São Paulo, suspeita de envolvimento em um esquema bilionário de corrupção que pode ultrapassar R$ 1,6 bilhão em recursos públicos desviados.

Justiça determina nova gestão temporária

Em meio à crise, a Justiça determinou a nomeação de uma nova diretoria para comandar temporariamente a associação, com o objetivo de garantir o pagamento dos salários e manter os serviços funcionando até que uma nova empresa seja contratada. O contrato atual tem validade de mais 60 dias. Segundo a decisão judicial, todos os funcionários deverão receber a rescisão ao fim do vínculo.

A nova administração está sob responsabilidade da FVS Administração e Gestão Judiciária, que assumiu oficialmente a gestão emergencial da entidade. Em nota, a empresa informou que a intervenção visa assegurar a continuidade dos serviços com “transparência, responsabilidade e eficiência”.

A FVS também destacou que não é sua função apurar eventuais ilegalidades da antiga gestão, mas reforçou o compromisso de evitar a interrupção do atendimento à população e preservar os postos de trabalho.

Apesar do pagamento dos salários ter encerrado a greve, o clima entre os profissionais segue de desconfiança. Funcionários da Policlínica de Barreiros, em São José, afirmaram não acreditar mais na atuação de organizações sociais na gestão das UPAs.

Uma funcionária, que preferiu não se identificar por medo de represálias, relatou pressão psicológica por parte da empresa. “Iniciou quando eles pediram pra gente assinar os avisos prévios em 19 de agosto e, no final do dia, isso foi revogado. Isso continuou por mais uma semana. Nós ficamos apreensivas, não entendemos o que aconteceu, mas imaginávamos que a Mahatma ia sair”, contou.

A Polícia de São Paulo, responsável pelo inquérito que apura as irregularidades, não forneceu detalhes sobre a investigação.




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