Moraes critica Eduardo Bolsonaro e diz que ataques aos EUA envenenaram relação entre os países

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Foto: Fellipe Sampaio/Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou em entrevista publicada nesta segunda-feira (18) pelo Washington Post que não haverá retrocesso em suas decisões relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos demais investigados por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

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“Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as evidências e quem tiver de ser condenado, será condenado. Quem tiver de ser absolvido, será absolvido”, declarou o magistrado, que é relator da ação penal.

Julgamento marcado

A Procuradoria-Geral da República denunciou 34 pessoas, das quais 31 viraram rés no STF, entre elas, Bolsonaro e aliados. O julgamento do chamado “Núcleo 1” da denúncia, que inclui o ex-presidente, está previsto para setembro.

Segundo Moraes, o Brasil foi “infectado pela doença da autocracia” e cabe ao Judiciário aplicar a “vacina”. Ele comparou a realidade brasileira com a dos Estados Unidos, ressaltando que o país norte-americano não experimentou golpes de Estado, enquanto o Brasil acumulou décadas de regimes autoritários no século XX.

Defesa da legalidade

O ministro destacou a legalidade da ação penal, citando que 179 testemunhas já foram ouvidas. Também rejeitou críticas sobre suposta concentração de poder no STF:

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Foto: Gov.br/Reprodução

“Meus colegas revisaram mais de 700 ordens que proferi após apelos. E sabe quantas eu perdi? Nenhuma”, disse.

Relação com os EUA e sanções

Moraes criticou a atuação de políticos brasileiros, como o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que têm defendido sanções contra o Brasil nos Estados Unidos.

“Essas falsas narrativas acabaram envenenando a relação [Brasil-EUA]”, afirmou.

Ele também comentou as restrições impostas a ele pelo governo norte-americano com base na Lei Magnitsky.

“É prazeroso passar por isso? Claro que não. Mas o Brasil enfrentou forças que queriam eliminar a democracia, e cabia a mim interrompê-las. Enquanto houver necessidade, a investigação continuará”, concluiu.




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