18/08/2025, 10h44 - Atualizado em 18/08/2025, 10h44
Foto: Fellipe Sampaio/Reprodução
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou em entrevista publicada nesta segunda-feira (18) pelo Washington Post que não haverá retrocesso em suas decisões relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos demais investigados por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
“Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as evidências e quem tiver de ser condenado, será condenado. Quem tiver de ser absolvido, será absolvido”, declarou o magistrado, que é relator da ação penal.
Julgamento marcado
A Procuradoria-Geral da República denunciou 34 pessoas, das quais 31 viraram rés no STF, entre elas, Bolsonaro e aliados. O julgamento do chamado “Núcleo 1” da denúncia, que inclui o ex-presidente, está previsto para setembro.
Segundo Moraes, o Brasil foi “infectado pela doença da autocracia” e cabe ao Judiciário aplicar a “vacina”. Ele comparou a realidade brasileira com a dos Estados Unidos, ressaltando que o país norte-americano não experimentou golpes de Estado, enquanto o Brasil acumulou décadas de regimes autoritários no século XX.
Defesa da legalidade
O ministro destacou a legalidade da ação penal, citando que 179 testemunhas já foram ouvidas. Também rejeitou críticas sobre suposta concentração de poder no STF:
Foto: Gov.br/Reprodução
“Meus colegas revisaram mais de 700 ordens que proferi após apelos. E sabe quantas eu perdi? Nenhuma”, disse.
Relação com os EUA e sanções
Moraes criticou a atuação de políticos brasileiros, como o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que têm defendido sanções contra o Brasil nos Estados Unidos.
“Essas falsas narrativas acabaram envenenando a relação [Brasil-EUA]”, afirmou.
Ele também comentou as restrições impostas a ele pelo governo norte-americano com base na Lei Magnitsky.
“É prazeroso passar por isso? Claro que não. Mas o Brasil enfrentou forças que queriam eliminar a democracia, e cabia a mim interrompê-las. Enquanto houver necessidade, a investigação continuará”, concluiu.
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