
Com pouco mais de 1,4% da população brasileira doando sangue — o equivalente a 14 doadores a cada mil habitantes —, campanhas como o Junho Vermelho e o Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado neste sábado (14), ganham destaque para reforçar a importância da doação e estimular o aumento do número de voluntários nos hemocentros do país.
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Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra aproximadamente 3,16 milhões de doações de sangue por ano. Embora o número atenda minimamente à demanda nacional, a baixa adesão preocupa especialistas, principalmente em períodos de maior escassez.
A professora do Idomed (Instituto de Educação Médica) e especialista em Hematologia Clínica, Rayssa Castro, alerta para a persistência de mitos que afastam potenciais doadores.
“Infelizmente, ainda circulam muitos mitos que impedem a doação de sangue. Um dos mais comuns é o medo de contrair doenças durante o procedimento, o que é totalmente infundado. O material utilizado é esterilizado e descartável, garantindo total segurança ao doador”, explica a especialista.
Outro equívoco comum é a crença de que a doação pode enfraquecer ou prejudicar a saúde. “O corpo humano é plenamente capaz de repor o volume de sangue doado em poucos dias. E, para garantir a segurança dos doadores, existem critérios específicos que determinam se uma pessoa está apta ou não para doar”, destaca.
Pequenas reações, como tonturas e mal-estar, podem ocorrer, mas são consideradas raras e geralmente evitáveis com alimentação leve e boa hidratação antes da doação.
Do medo à solidariedade
O auxiliar administrativo Marcos Brito, 32 anos, relata que o medo o afastava da doação até que um amigo precisou urgentemente de sangue. “Ajudar quem precisa acaba se sobressaindo ao medo de agulha. Um amigo meu precisou muito, e na época havia escassez de bolsas de sangue. Ele precisava daquele sangue para sobreviver. Essa foi minha primeira doação. Depois desse dia, resolvi voltar sempre que possível, praticamente todos os anos, para poder ajudar quem precisa”, relata.
Requisitos e orientações
Para doar sangue, é necessário ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 kg e estar em boas condições de saúde. Menores de idade devem apresentar autorização dos responsáveis. Maiores de 60 anos só podem doar caso já tenham realizado doações anteriores.
Outras recomendações incluem ter dormido pelo menos seis horas na noite anterior, evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a coleta e manter-se hidratado.
Antes da doação, o voluntário passa por uma triagem clínica com verificação da pressão arterial, exame de anemia e entrevista sobre hábitos de vida e histórico de saúde. O sangue coletado também passa por testes para garantir a segurança de quem irá recebê-lo.
“Por fim, após a doação, é importante manter-se hidratado, evitar esforço físico nas primeiras horas e seguir as orientações fornecidas pela equipe de saúde. A doação de sangue é um gesto simples, rápido e seguro, que pode fazer toda a diferença na vida de alguém”, finaliza a professora de Medicina.