Resgate Implacável do Figueira. Do fundo do poço à vitória sobre o Ituano por 2 x 0

Figueira foi melhor e poderia ter feito vitória com mais gols                      Foto: Patrick Floriani/FFC

Depois de três meses de jejum, o Figueirense finalmente reencontrou a vitória. E ela veio em grande estilo: 2 a 0 sobre o Ituano, no Orlando Scarpelli, na noite deste domingo (18), diante de 6.525 torcedores que, entre protestos e apoio, presenciaram um time transformado. A vitória tirou o Furacão da lanterna da Série C, afastou momentaneamente o fantasma do Z-4 e renovou a fé na reabilitação. Como definiu o técnico Pintado, foi um verdadeiro “resgate implacável”, evocando o filme em que o protagonista faz de tudo para salvar uma vida. No caso do Figueira, foi um grupo inteiro lutando para salvar sua história.

O primeiro tempo foi exemplar. Entregue à proposta do treinador, o Figueirense foi intenso, taticamente organizado e superior ao Ituano. A recompensa veio aos 19 minutos, quando Nicolas balançou as redes após escanteio de Felipe Augusto. A equipe ainda teve chances de ampliar com Kayke, que parou na trave e em grande defesa de Jefferson Paulino. Foi um domínio que não se via há muito tempo, impulsionado por uma torcida que, mesmo em meio a faixas de protesto, não deixou de acreditar e empurrar o time.

No segundo tempo, o Ituano tentou crescer, mas o Figueirense mostrou maturidade para controlar o jogo. A defesa, ponto fraco em outras jornadas, se portou com solidez. E quando tudo se encaminhava para o 1 a 0, veio o golpe final: cruzamento de Reifit e finalização certeira de Renan, uma bomba no ângulo que selou o triunfo e explodiu o Scarpelli em alívio e emoção. Ao fim, jogadores e comissão técnica comemoraram como se fosse mais do que uma vitória e foi. Era o recomeço.

Torcedor protestou forte com faixas contra a diretoria e pediu a saída de dirigentes        Foto: JP News/CAF

Apesar do resultado, o ambiente ainda é turbulento fora das quatro linhas. O estádio ecoou gritos pedindo a saída de figuras como Paulo Prisco Paraíso e José Carlos Lages, símbolos da instabilidade institucional que o clube atravessa. Mas, em campo, o recado foi claro: o grupo não se rende. A atuação diante de um adversário forte mostrou que o Figueirense pode, sim, enfrentar de igual para igual os melhores da Série C.

Agora, o desafio é manter o ritmo e buscar pontos fora de casa contra o Guarani, em Campinas. A vitória não apaga os problemas, mas aponta um caminho. O Figueirense não está curado, mas começa a reagir. A torcida viu mais do que um bom jogo, viu um time comprometido, técnico inspirado e uma fagulha de esperança reacendida. O resgate começou, e não parece ter volta.




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