Papa Francisco, o primeiro latino-americano e jesuíta a ocupar o cargo de papa, morre aos 88 anos

Papa Francisco, o primeiro latino-americano e jesuíta a ocupar o cargo de papa, morre aos 88 anos
Foto: Reprodução

Morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco. A morte foi anunciada nesta manhã pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano.

O pontífice argentino havia passado por episódios de dificuldades respiratórias no começo do ano e ficou internado por quase 40 dias no Hospital Gemelli. Francisco fez a última aparição pública no domingo de Páscoa (20), durante as celebrações da Páscoa na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Francisco encerra um pontificado de pouco mais de 12 anos que marcou a história da Igreja Católica por sua simplicidade, abertura e compromisso com os mais vulneráveis. Eleito em 2013, tornou-se o primeiro papa latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro não europeu a liderar a Igreja em mais de um milênio.

Ao longo de seu papado, defendeu com firmeza pautas sociais, como o combate à pobreza, a proteção do meio ambiente, a acolhida de migrantes e o respeito às minorias. Também enfrentou desafios internos ao propor reformas na estrutura e na cultura da Igreja, buscando aproximá-la de temas contemporâneos e da realidade das pessoas.

Entre as ações mais emblemáticas, destacam-se a defesa da união civil de casais do mesmo sexo e o enfrentamento dos casos de abuso sexual dentro do clero.

Mudanças em alguns dos ritos mais solenes da Igreja

Mesmo diante de uma instituição cheia de tradições, o Papa Francisco não hesitou em modificar alguns dos ritos mais solenes da Igreja, inclusive os que dizem respeito à própria morte de um pontífice. Em vida, ele deixou instruções claras para que seu funeral fosse simples, sóbrio e livre dos excessos cerimoniais típicos de papas anteriores.

Entre as mudanças adotadas está a ausência de velório prolongado na Basílica de São Pedro, prática comum nas despedidas de pontífices. O caixão também será mais discreto e determinou que o próprio fosse apenas uma estrutura de madeira revestida por zinco.

Antigamente, o papa era colocado em três caixões, feitos de cipreste, chumbo e carvalho. Os elementos simbólicos do luto papal foram reduzidos. Francisco dispensou a tradicional vestimenta dourada e escolheu um enterro em local simples, sinalizando sua coerência com a vida humilde que levou até o último instante.

Como determina a tradição, o camerlengo retira o Anel do Pescador da mão do papa e o destroi em seguida, simbolizando oficialmente o fim de seu pontificado.

Três catarinenses estão na lista dos bispos que podem participar do conclave

Três cardeais catarinenses estão entre os religiosos com direito a voto no próximo conclave que elegerá o novo papa, após o falecimento de Francisco (21). Dom João Braz de Aviz, Dom Leonardo Ulrich Steiner e Dom Jaime Spengler, todos com menos de 80 anos, integram o Colégio dos Cardeais e estão aptos a participar da escolha do novo pontífice.

Dom Leonardo Ulrich Steiner, de 74 anos, nasceu em Forquilhinha e é reconhecido por sua atuação pastoral e acadêmica. Ele tem se destacado na promoção do diálogo inter-religioso e no engajamento com questões sociais dentro da Igreja.

Dom João Braz de Aviz, de 77 anos, é natural de Mafra e foi o primeiro dos três a ser nomeado cardeal, em 2012, pelo Papa Bento XVI. Com uma trajetória marcada por estudos em filosofia e teologia, tem desempenhado papéis relevantes na estrutura da Igreja Católica, tanto no Brasil quanto no Vaticano.

Dom Jaime Spengler, de 64 anos, nasceu em Gaspar e atualmente é arcebispo metropolitano de Porto Alegre. Também preside a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Nomeado arcebispo em 2013 e cardeal no final de 2024, destaca-se por sua liderança e dedicação à missão da Igreja no país.

Na hierarquia da Igreja Católica, os cardeais ocupam uma posição de destaque e são reconhecidos na diplomacia como “príncipes da Igreja”. Também são chamados de purpurados, em referência ao vermelho-carmesim de suas roupas, cor que simboliza o compromisso com a fé.




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